quinta-feira, julho 02, 2009







ENCONTROS PARTE II

Enquanto guardava o celular com o coração apertado e mortalmente ferida, ela jamais poderia imaginar que alguém a observava à distância. E ao assisti-la recolher as velas e desfazer a mesa, guardando os cd’s - eliminando qualquer pista sobre a sua decepção - por pouco ele não desistiu de tudo e foi até o apartamento pedir desculpas. Mas o tempo de culpa e cobrança, se houve algum, já se passara. Sabia que não lhe diria nada, guardaria em silêncio aquela falta e eles continuariam sem mágoas. Não era a primeira vez que ele fazia algo assim e com certeza tão pouco seria a última: o que a deixava com a única escolha de aceitar ou não o seu homem como ele era. Embora ela colecionasse um passado considerável, nunca havia encontrado um homem que a fizesse sentir tão feliz e amada e que ela amasse tanto quanto ele; seu coração não lhe deixava escolha. No entanto mesmo sendo menos experiente ele também possuía seus próprios truques e ela se lembraria disso naquela noite.
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Caminhando desgostosa, a noite fria arrepiava sua pele e a rua vazia parecia querer intencionalmente fazê-la sentir-se ainda mais abandonada. Os olhos marejaram e em silêncio ela lutava contra as lágrimas que ameaçavam borrar a maquiagem. Passos ao longe a trouxeram a realidade, um vulto grande se aproximava rápido em sua direção. Os sentimentos confusos se transformaram em medo e raiva por estar sozinha, quando deveria estar tendo a melhor noite de sua vida. O ponto de ônibus estava longe e não havia ninguém por perto.
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A figura crescia e se tornava mais intimidadora a cada passo, ela apressou-se pedindo a Deus que tivesse algum lugar aberto no qual pudesse se esconder. Ela entrou em um bar prestes a fechar pedindo ajuda. Não bastava o constrangimento de ser perseguida, a situação se tornou ainda pior quando depois de alguns minutos ninguém passou por aquele trecho deixando-a com a impressão de ter forçado uma desculpa para encontrar uma companhia para noite. Envergonhada e desacreditada da divina providência, ela rapidamente se desvencilhou do novo embaraço e voltou a seguir o seu caminho, quando uma quadra adiante o vulto reapareceu.
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Dessa vez ele estava muito mais perto, o maldito a estava esperando, uma blusa com touca escondia seu rosto. Pensou em correr, mas o desespero fez suas pernas fraquejarem e em um instante o homem a alcançou e empurrou para um estacionamento. Tudo aconteceu muito rápido e ela não teve chance de reagir
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Aquela voz! Ela conhecia aquela voz, era ele! Uma mistura de alívio, ódio, vergonha e tesão a invadiu e ela o abraçou desconcertada. Em seguida com os punhos fechados, quis atacá-lo. Ele, porém segurando seus braços a colocou contra a parede e a pôs em seu lugar.
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“_Eu sei que você queria".
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Rapidamente beijou-a forte .
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O cenário invertera-se, agora era ele quem estava no controle.

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